Madeira certificada: quais selos indicam uma escolha sustentável?

Todo mundo sabe que a madeira é fundamental na arquitetura e na decoração, trazendo aconchego aos ambientes. Agora, importante é verificar sua origem. Se você ainda não liga para a procedência da madeira usada naquele móvel que pretende comprar ou na construção e reforma de sua casa, é bom ficar atento. A ideia é evitar que o material seja proveniente de áreas de desmatamento e envolvam mão de obra análoga à escravidão, por exemplo.

Segundo o Deter, sistema de monitoramento de desmate do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que teve início em 2015, o desmatamento mensal na Amazônia voltou a crescer em março, com 367,61 km² registrados. A destruição da floresta teve, naquele período, aumento de 12,6% em relação a março de 2020. Os números bateram o recorde para o mês na série histórica. O anterior, com 356,6 km², pertencia a 2018.

DOF, FSC e CERFLOR

Em sentido horário, a partir da esquerda, amostras de diferentes espécies; a designer Alessandra Delgado em ação no projeto Design & Madeira Sustentável, do Instituto BVRio, no Pará, junto a um angelim; e resíduos de manejo de cumaru, ipê e muiracatiara (Foto: Pedro Guinle / Divulgação)

 

Entre os mecanismos para identificar a boa procedência da madeira, está o Documento de Origem Florestal (DOF), resultante de um detalhado rastreamento digital, emitido pelo Ibama. “É um sistema bem construído, em que confio, e bastante aceito nos Estados Unidos, por exemplo, para onde exporto meus móveis”, afirma o designer Aristeu Pires, proprietário de uma indústria moveleira em Canela, Rio Grande do Sul.

Para outros designers e empresas, o DOF não basta. Esses optam por investir em certificações extras. No Brasil, há a feita pela organização não governamental alemã Forest Stewardship Council (FSC), com amplo reconhecimento internacional, e a do Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal).

“Nossas duas principais certificações são a de Manejo Florestal e a de Cadeia de Custódia”, conta Daniela Teixeira Vilela, diretora executiva do FSC no país. A primeira atesta que determinada empresa maneja a floresta de maneira responsável, e a segunda, a rastreabilidade da matéria-prima que sai da floresta. Isso quer dizer que os produtos com esse último selo foram, de fato, produzidos com matéria-prima certificada de manejo florestal.

O trabalho é feito por certificadoras acreditadas. É o caso da organização não governamental brasileira Imaflora, que lida com os selos FSC e Cerflor. “Vamos a campo verificar desde a extração de árvores em florestas de manejo até a produção”, explica Leonardo Martin Sobral, gerente florestal da ONG. Tudo para que matéria-prima e os produtos sigam os princípios de ser ambientalmente adequados, socialmente benéficos e economicamente viáveis.

 

Fonte: revistacasaejardim.globo.com