( No Dia da Amazônia, o FSC® Brasil reforça a importância da floresta em pé para a economia, o clima e as pessoas )
Dia da Amazônia, mas, felizmente, não temos falado dela, ou sobre ela, apenas em setembro. Cada vez mais tem se discutido o papel da bioeconomia e dos produtos da sociobiodiversidade no combate às mudanças climáticas e no desenvolvimento sustentável do País. Há quase trinta anos, o FSC trabalha para provar que a necessidade de se manter a floresta em pé não significa que ela não possa ser usada para fins econômicos. E, mais do que isso, que a conservação dela passa, necessariamente, pelo manejo florestal responsável.
Nunca é demais repetir que a floresta não é entrave para o progresso. Muito pelo contrário. Inclusive, durante a Cúpula da Amazônia, que aconteceu em Belém, no Pará, no mês de agosto, foi discutida a importância da floresta para gerar riqueza e oferecer melhores condições de vida para quem vive na região.
A visão integrada e a ação coletiva são fundamentais para fazer frente aos atuais desafios e, por meio do manejo florestal sustentável, diminuir as desigualdades e nos colocar no caminho de uma economia de baixo carbono. Muito além da madeira, a floresta guarda uma enorme riqueza e fornece, além dos diversos produtos não madeireiros, energia e serviços ecossistêmicos que nos são vitais.
“A principal condição para uma coexistência respeitosa entre humanos e florestas é o respeito ao uso múltiplo da terra”, diz Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil. Isso significa que há espaço para grandes empresas, pequenos produtores, comunitários, populações indígenas e tradicionais; para a madeira, um recurso natural, renovável, que pode ser extraído de forma responsável e sustentável; para alimentos, como o açaí e a castanha; para a bioenergia, fibras, óleos essenciais; e para os crescentes mercados de carbono e pagamento por serviços ambientais.
Já não faltam exemplos práticos de sucesso. No Pará, por exemplo, a Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona) tem o selo FSC 100% comunitário desde 2013 e reforça a importância dos moradores da região na conservação da floresta. A certificação também contribuiu para a melhoria nos processos de exploração, gestão e responsabilidade socioambiental. Já no Amazonas, numa reserva de desenvolvimento sustentável, a Associação Agro Extrativista das Comunidades do Uatumã (AACRDSU) obteve a certificação para óleos essenciais e madeira e é a única experiência no Estado a contemplar as categorias de manejo madeireiro e não madeireiro certificados pelo FSC.
Criado há cinco anos, os procedimentos de serviços ecossistêmicos do FSC também têm chamado mais atenção. Na Amazônia, a Mil Madeiras Preciosas, certificada desde 1997, comprovou o impacto positivo do seu manejo na manutenção do estoque de carbono e da capacidade das bacias hidrográficas de purificar e regular o fluxo d’água ao longo dos anos. Já a Amazonbai, cooperativa que reúne pequenos produtores de açaí do Bailique e do Beira Amazonas, no Amapá, recebeu a verificação para sequestro e armazenamento de carbono e para a conservação da biodiversidade.
Ainda costumamos usar a expressão “um mar de oportunidades”, mas a Amazônia é muito mais do que isso. É uma floresta de oportunidades. E para que elas se realizem e alcancem todo o seu potencial, é preciso protegê-la e mantê-la em pé.
(br.fsc.org)