Concessão florestal é a guardiã da Floresta Nacional de Altamira

As áreas concedidas ao manejo de impacto reduzido permanecem em pé e geram renda e desenvolvimento local

As atividades de manejo florestal na Floresta Nacional (Flona)  de Altamira, no Pará, são feitas pelas concessionárias RRX Mineração e Serviços Ltda e Patauá Florestal Ltda. As áreas sob concessão somam quase 362 mil hectares e estão divididas em quatro Unidades de Manejo Florestal (UMFs). Os contratos com o Serviço Florestal Brasileiro foram assinados em 2015.

No entanto, as atividades de exploração iniciaram há pouco mais de 2 anos. Nesse período, as empresas fizeram as benfeitorias necessárias para o início dos trabalhos. Foi necessária a construção dos alojamentos dos funcionários, das estradas, dos depósitos e dos galpões de beneficiamento, além da compra de equipamentos, caminhões, tratores e ônibus.

O pouco tempo decorrido até o momento foi importante para os empresários mudarem a sua visão sobre a floresta e a importância dela na vida da comunidade do Distrito Moraes Almeida, onde ficam as sedes das empresas. O distrito fica a 300 km do município ao qual está vinculado, Itaituba (PA).

“A concessão ensinou que a gente precisa fazer um planejamento de longo prazo, pois a perspectiva de trabalho na floresta é de décadas. Então, aprendemos a prestar atenção na valorização da floresta em pé, que antes passava desapercebida. Hoje a gente entende a necessidade de deixar a floresta descansando por 30 anos”, afirmou o diretor de Relações Institucionais da Patauá, Oberdan Perondi.

O gerente da RRX, Luiz Alberto Overney Ferreira, só havia trabalhado com floresta plantada no Rio de Janeiro, até ser convidado a gerenciar a empresa no coração da Amazônia. “Na minha opinião, a concessão florestal é só benfeitoria. O governo encontrou um síndico para cuidar das florestas”, afirmou o gerente.

“Claro que a gente como empresa visa lucro, pois nós a exploramos comercialmente. Mas tudo acontece dentro das técnicas determinadas que são muitos rigorosas e a floresta vai ser mantida em pé. A gente só vê as pessoas destruindo as áreas que não têm concessão florestal. Então, eu ressalto que a concessão é o caminho para proteger a floresta e eu só tive essa noção com o conhecimento que aprendi aqui na Flona”, defendeu Luiz Alberto.

Guardiã da Floresta

“A concessão florestal é a guardiã da floresta”, afirmou o diretor administrativo da Patauá, Onésio Alves da Silva. “Ao sobrevoar as UMFs da Flona de Altamira, a gente só vê um território verde, mata. Nas áreas fora da concessão, é possível ver a ação ilegal. Isso é visível nas imagens de satélite.

Se não fosse a concessão, a Flona não estaria preservada, como é a sua realidade hoje”, completou.  Segundo Oberdan Perondi, os concessionários zelam pelas áreas por meio de mecanismos sofisticados de monitoramento. Ao menor sinal de invasão detectado pelos satélites é informado aos órgãos federais de fiscalização, ICMBio e Ibama, além do Serviço Florestal Brasileiro, que faz a gestão das concessões florestais.

A comunidade local é também uma ferrenha aliada das concessões florestais. A explicação é simples. O distrito de Moraes Almeida possui 10 mil habitantes. “Só a Patauá tem 150 funcionários dentro da Flona de Altamira, além de manter 500 empregos diretos e 2500 indiretos. Nessa conta, 25% da população depende direta ou indiretamente da Patauá”, informou Onésio Alves da Silva.

“O monitoramento da floresta é feito pelos órgãos do governo e pela fofoca da comunidade. A cidade é pequena e as pessoas sabem quando vem alguém aqui querendo fazer atividade ilegal. Elas nos contam e entramos em contato com esses órgãos de fiscalização. As pessoas sabem que o retorno para elas depende do nosso lucro, então, posso dizer que Moraes Almeida é um distrito que protege a floresta”, disse Onésio.

Rastreabilidade da madeira

Os contratos de concessão florestal são monitorados em três etapas: controle de produção, cláusulas contratuais e indicadores técnicos e de produção. O concessionário é obrigado a fazer a rastreabilidade de toda árvore retirada da floresta. Para isso, o Serviço Florestal Brasileiro conta com avançadas ferramentas de monitoramento. Uma dessas ferramentas é o Sistema de Cadeia de Custódia (SCC), um conjunto de procedimentos adotados para o rastreamento. Um sistema informatizado controla desde a derrubada de árvores, seccionamento e transporte das toras até a sua transformação na primeira unidade processadora.

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